O PROFETA SAMUEL VIU OU NÃO VIU O REI SAUL NOVAMENTE?
By: Prof.
Marcos Cesar
INTRODUÇÃO
Em 1 Samuel 15:35 lemos o
seguinte:
“Até o final de sua vida, Samuel
nunca mais viu Saul; porém tinha pena de Saul. O SENHOR
lamentou haver constituído Saul como rei sobre Israel.” (NAA).
Aqui, o verso lido é muito claro
ao afirmar que: “Samuel nunca mais viu Saul”.
Quando vamos para 1 Samuel 19:22-24
encontramos o seguinte:
“Então o próprio Saul foi a Ramá.
Quando chegou ao poço grande na cidade de Seco, perguntou:
— Onde estão Samuel e Davi?
Responderam:
— Eis que estão na casa dos profetas, em Ramá.”
“Então Saul foi para a casa dos
profetas, em Ramá. E o mesmo Espírito de Deus veio sobre ele, que, caminhando,
profetizava até chegar à casa dos profetas, em Ramá.”
“Também ele despiu a sua túnica
e profetizou diante de Samuel. E, sem a túnica, ficou deitado no chão todo aquele dia e toda aquela
noite. Por isso se diz: ‘Está também Saul entre os profetas?’” (NAA).
Observe que verso 24 (de 1 Samuel
19) afirmar que ele, ou seja, o rei Saul (veja os versos 22 e 23 novamente)
depois de se despir de sua túnica, “profetizou diante de Samuel”.
Como podemos entender esta
possível contradição?
Antes de respondermos este questionamento,
vamos analisar algumas hipóteses que algumas pessoas já levantaram para tentar
resolver este problema.
ANALISANDO ALGUMAS HIPÓTESES
Primeira hipótese
Há alguém que diga: “Essas duas
passagens não estão em ordem cronológica.”
Este pensamento é bastante lógico,
pois algumas passagens bíblicas realmente não seguem uma cronologia. Vejamos dois
exemplos disso.
Exemplo 1:
Mateus 4:18-20 mostra o
chamado de André e Pedro como um momento inicial.
João 1:35-42, no entanto,
mostra que os irmãos, André e Pedro já tinha conhecido Jesus anteriormente.
Assim, Mateus parece resumir o
chamado como se fosse o início do contato com Jesus; mas João deixa claro que
eles já tinham tido um encontro anterior com o Mestre, o que mostra uma
narrativa mais temática do que cronológica.
Exemplo 2:
As tentações que Jesus sofreu em Mateus
4:1-11 e Lucas 4:1-13 não estão na mesma ordem cronológica.
A primeira tentação que aparece em
ambos os evangelhos foi a de transformar pedra em pão. Já a tentação de pular
do pináculo do templo, em Mateus foi a segunda e em Lucas foi a terceira.
Agora, a tentação em Satanás queria que Jesus o adorasse foi a terceira
em Mateus e a segunda em Lucas.
Vemos claramente que os dois
evangelhos relatam as mesmas tentações, mas colocam a segunda e a terceira em
ordem diferente. Isso mostra que a ordem não era o foco principal dos autores,
mas sim, as vitórias de Cristo contra o tentador.
Como acabamos de verificar na
Bíblia Sagrada, realmente há passagens em que não há uma ordem cronológica para
os acontecimentos. Mas isso não acontece em 1 Samuel capítulo 15 até o capítulo
20.
O capítulo 15 mostra a
desobediência de Saul e a sua rejeição. E ele foi seriamente repreendido
pelo profeta do SENHOR. Saul até pediu
para ser perdoado e também que Samuel o acompanhasse. Porém, o profeta lhe
disse que não voltaria com ele. (Veja 1Sm 15:25 e 26).
“Quando Samuel se virou para ir embora,
Saul o segurou pela borda do manto, e este se rasgou.” “Então Samuel lhe disse:
— Hoje o Senhor rasgou das suas mãos o reino de Israel e o deu a alguém
que é melhor do que você.” (1 Samuel 15:27 e 28, NAA).
Foi nesse contexto de repreensão e
despedida que a Bíblia diz que: “Samuel nunca mais viu Saul”. (1
Samuel 15:35, NAA).
O que acontece após isso é o que veremos a seguir.
- 1 Samuel 16:1-13: Davi é ungido rei pelo profeta Samuel;
- 1 Samuel 16:14-23: Davi é chamado para tocar harpa diante do rei Saul, para que ele tivesse alívio, quando era atormentado por um espírito mau;
- 1 Samuel 17:1-58: Davi com uma pedrada certeira derruba e depois mata o gigante Golias;
- 1 Samuel 18:1-5: Após a vitória de Deus por meio de Davi contra o gigante Golias, o príncipe Jônatas forma um grande laço de amizade com ele;
- 1 Samuel 18:6-16: O rei Saul começa a ter grande inveja de Davi, e tenta a todo custo matá-lo usando uma lança;
- 1 Samuel 18:17-30: Saul tenta casar Davi com sua filha mais velha, Merabe. Mas Davi não aceita. Quando o rei soube que Mical, sua filha mais nova, estava apaixonada por Davi, se alegrou, pois viu a possibilidade de torná-lo seu genro. “Então Saul ordenou que dissessem a Davi: — O rei não deseja dote algum, mas cem prepúcios de filisteus, como vingança contra os seus inimigos. Porque Saul tentava fazer com que Davi fosse morto pelos filisteus. (1 Samuel 18:25, NAA). Assim, Davi acabou se casando com Mical. “Saul viu e reconheceu que o SENHOR estava com Davi; e Mical, filha de Saul, o amava.” (1 Samuel 18:28, NAA);
- 1 Samuel 19:1-7: Jônatas intercede por Davi diante de seu pai, o rei Saul;
- 1 Samuel 19:8-11: Saul procura, de novo, matar Davi;
- 1 Samuel 19:12-17: A princesa Mical engana seu pai e salva Davi;
- 1 Samuel 19:18-24: Quando Davi foge para não ser morto pelos homens de Saul, ele resolve fugir para onde o profeta Samuel estava, ou seja, para Ramá. E ao encontrar o profeta lá, “[...] lhe contou tudo o que Saul lhe havia feito. Então se retiraram, ele e Samuel, e ficaram na casa dos profetas.” (1 Samuel 19:18, NAA). Quando Saul soube disso enviou três grupos de mensageiros para trazer Davi de lá. “Então o próprio Saul foi a Ramá [...]” (1 Samuel 19:22, NAA). Quando Saul encontrou o profeta, “[...] ele despiu a sua túnica e profetizou diante de Samuel [...]”. (1 Samuel 19:24, NAA). Aqui, tanto Saul, quando os seus grupos de mensageiros acabam profetizando.
- 1 Samuel 20:1-29: Quando Davi viu o rei profetizando diante de Samuel, ele aproveitou para fugir. Ao sair da casa dos profetas, em Ramá, foi rapidamente procurar o seu grande amigo Jônatas, que acaba o ajudando a fugir, definitivamente do rei Saul.
Note que os fatos descritos aqui estão seguindo uma cronologia perfeita. Podemos, desta forma, afirmar que esta primeira hipótese, que diz que as passagens em questão não estão em ordem cronológica, não faz sentido.
Segunda hipótese
“O verbo ‘ver’ no original
hebraico tem um significado muito amplo. Ou seja, quando a Bíblia diz que
Samuel nunca mais viu Saul, é no sentido de não ter tido nenhuma interação com
ele.”
A palavra hebraica para “viu”
em 1 Samuel 15:35 é “lirʼôt”; e a mesma pode ser traduzida como: “ver”, “observar”,
“assistir”, entre outras. Este verbo é utilizado em contextos tanto
literários quanto figurados, podendo se referir à percepção física ou a uma
compreensão intelectual ou espiritual. Mas na passagem em questão fica muito
nítido que o texto bíblico está se referindo a um momento real, presencial e
visível. A Palavra de Deus diz: “Nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte [...]” (1
Samuel 15:35, ARA). Ela faz questão de frisar a duração – “até ao dia da sua morte”. Com
isso, não podemos levar para o lado figurado ou outra coisa qualquer.
Assim, sem dúvida, a Palavra de
Deus usa o verbo “lirʼôt” no sentido literal de “ver” no aspecto
físico, ou seja, não houve mais encontros pessoais entre eles, após Deus o
ter rejeitado para sempre. Mas calma, que eu vou procurar explicar mais para o
final este ponto direitinho, para que não haja nenhuma dúvida.
Esta questão de dizer que o verbo “ver”
aqui, é só no sentido de que não houve interação ou diálogo entre eles,
não faz muito sentido. Pois como já vimos, tudo indica que este verbo se
refere à “observação” – de um ver o outro.
Terceira hipótese
“O ‘viu’ aqui nesta passagem é
no sentido de que Samuel nunca mais viu Saul como rei, porque ele havia sido
rejeitado por Deus.”
Achei este argumento muito bom. Eu
confesso que se eu não tivesse encontrado uma resposta definitiva para o
problema, eu iria preferir ficar com esta hipótese. Mas apesar dela ser muito
boa, a meu ver, ela não é perfeita. Vou explicar o porquê disso.
Perceba o que diz o texto bíblico:
“Nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte [...]” (1 Samuel 15:35, ARA). Se o
sentido de “ver” aqui fosse só de Samuel não “reconhecer” mais Saul
como o rei de Israel, o versículo não precisaria frisar o tempo, ou seja, “até
ao dia da sua morte”. Com este complemento do verso fica claro que o verbo
em questão é mesmo no sentido de “observar”.
Outra coisa muito importante é que
mesmo Saul sendo rejeitado por Deus, o povo, e até mesmo Davi tinha grande
admiração e respeito pelo o ungido do SENHOR
(veja 1Sm 18:6; 24:6 e10; 26:9, 11, 16 e 23; 2Sm 1:14, 16 e 21). Assim,
é lógico se pensar que Samuel também nunca deixou de ver Saul como o rei ungido
do povo de Israel. O que acontece é que o profeta acabou ficando com pena de
Saul por tantos erros cometidos contra Deus, que o levou a ser rejeitado por
Ele (veja 1Sm 15:35; 16:1).
Quarta hipótese
Alguém poderia dizer: “Mas
nesta passagem não diz que Samuel viu Saul profetizando.”
Esta, sem dúvida, é a hipótese
mais fraca de todas.
A Bíblia é categórica ao afirmar
que Saul “profetizou diante de Samuel”. (1Sm 19:24, NAA). Não
existe nenhuma possibilidade de Samuel não ter visto Saul profetizando diante
dele. Isso é tão óbvio, que o próprio Davi, que estava com o profeta Samuel (veja
1Sm 19:18 e 22), ao ver o rei profetizando aproveitou para fugir dali (veja
1Sm 20:1). Como Davi poderia ver Saul ali, e Samuel, que estava ao seu
lado, não? Isso não faz nenhum sentido.
O PROFETA SAMUEL VIU OU NÃO VIU O REI SAUL NOVAMENTE?
Indo direto ao ponto, a resposta
é: SIM, o profeta voltou a ver Saul mais
uma vez.
E alguém ainda poderia perguntar:
“Mas a Bíblia não diz que ele nunca mais o viu até o dia de sua morte?” Verdade;
é isso que está escrito. Mas me permita lembrá-lo de algo que todos nós já
sabemos, porém, às vezes nos passa por alto. O que quero dizer é que a Bíblia
Sagrada é RESUMIDA, apesar de
possuir 66 livros, sendo 39 livros no Velho Testamento e 27 livros no Novo
Testamento, e possuir um total de 1.189 capítulos. Mas apesar de ser resumida,
ela é a Carta de Deus ao homem. Suas páginas nem só contêm a verdade, como é a
própria verdade (veja João 17:17). Esse Livro Sagrado foi inspirado pelo
próprio Espírito Santo de Deus (veja 2 Pedro 1:21). É nesse livro onde
encontramos o nosso Salvador Jesus, que nos dará a vida eterna (veja João
5:39).
O que acontece em 1 Samuel
15:35 é o que acontece em outras várias passagens das Escrituras, ou seja,
são frases resumidas, onde o autor não se preocupa em dar uma análise completa
no texto. Vejamos apenas cinco exemplos de versos resumidos na Bíblia.
Exemplo 1:
“Houve ainda, em Gobe, outra
batalha contra os filisteus, e Elanã, filho de Jaaré-Oregim, o belemita, matou Golias, o geteu, cuja lança tinha a haste como eixo de
tecelão.” (2 Samuel
21:19, NAA – Grifos meus).
O texto diz claramente que Elanã
matou Golias. Mas espere um pouco! Não foi Davi quem matou Golias? Sem
dúvida (veja 1 Samuel 17:48-51). Esta confusão acontece porque o texto
não está completo. Para a nossa sorte, este relato também foi registrado em
outro lugar. Veja!
“Houve
ainda outra batalha contra os filisteus, e Elanã, filho de Jair, matou Lami,
irmão de
Golias, o geteu, cuja lança
tinha a haste como eixo de tecelão.”
(1 Crônicas 20:5, NAA – Grifos meus).
Viu!? Quem Elanã matou? Ele
matou Lami, irmão
de Golias, e não o próprio Golias. Perceba que em 2 Samuel 21:19
está oculta a expressão: “Lami, irmão de”. Imagine se não houvesse este texto mais
completo.
Exemplo 2:
Sobre Jotão, filho de Uzias
(também chamado de Azarias), rei de Judá, a Palavra de Deus diz:
“Fez o que era reto aos olhos do SENHOR, segundo tudo o que Uzias, seu pai, havia
feito.” (2 Reis 15:34, NAA).
Veja agora este mesmo relato em
outro lugar da Bíblia.
“Fez o que era reto aos olhos do SENHOR, segundo tudo o que Uzias, seu pai, havia
feito, exceto que não entrou no templo do Senhor. E o povo continuava na
prática do mal.” (2 Crônicas 27:2, NAA – Grifos meus).
Perceba que este último relato
traz mais detalhes do que o primeiro.
Exemplo 3:
Vejamos agora sobre a inscrição
que colocaram sobre a cruz de Jesus. Vamos aos versos bíblicos.
“E a inscrição com a acusação
contra Ele dizia: ‘O REI DOS JUDEUS’.” (Marcos 15:26, NAA – Grifos
meus).
“Pilatos escreveu também um título e o colocou no alto da cruz. E o que estava escrito
era: ‘JESUS NAZARENO, O REI
DOS JUDEUS’.” (João
19:19, NAA – Grifos meus).
O relato do evangelista João é
muito mais completo do que o de Marcos. Ele diz até quem mandou escrever e
colocar aquela inscrição sobre a cruz – Pilatos. E em João 19:20, ele
faz questão de dizer que essa acusação fora escrita em três línguas: hebraico,
latim e grego. Nenhum dos outros evangelistas traz esta explicação tão
detalhada. Dificilmente nós saberíamos destes detalhes se João não as tivesse
escrito.
Exemplo 4:
“Ao saírem, encontraram um
cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a carregar a cruz de Jesus.” (Mateus
27:32, NAA – Grifos meus).
Veja que o evangelista Mateus não
dá muitos detalhes de quem era esse Simão, que carregou a cruz de Jesus, só diz
que ele era cireneu.
Observe, agora, este mesmo relato
trazido por Marcos.
“E obrigaram Simão Cireneu, que
passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar a cruz de
Jesus.” (Marcos 15:21, NAA – Grifos meus).
Perceba, quantos detalhes a mais o
evangelista Marcos traz em sua narrativa. Simeão, estava apenas passando; ele
vinha do campo; e era pai de Alexandre e de Rufo.
Exemplo 5:
Sobre a conversão de Saulo de
Tarso, nós lemos:
“Ele
caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia:
— Saulo, Saulo, por que você me
persegue?” (Atos 9:4, NAA).
Neste relato acima, não diz nem eu
que língua Saulo ouviu a voz de Jesus. E também não diz a frase que veio logo
após esse questionamento de Cristo.
“E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que
me falava em língua
hebraica: ‘Saulo, Saulo, por que você
me persegue? É duro
para você ficar
dando coices contra os aguilhões!’” (Atos 26:14, NAA – Grifos meus).
Veja quantos detalhes a mais aparece neste relato.
Há muitos outros exemplos que eu
poderia ter usado para mostrar o quanto a Bíblia é resumida, mas acredito que
estes cinco exemplos são suficientes.
“Prof. Marcos Cesar, como você
pode provar que 1 Samuel 15:35 está resumido?”
Eu confesso que não foi nada fácil
para chegar nesta conclusão. Li toda a história envolvendo Samuel e Saul,
várias e várias vezes. Fui procurar também saber o que o Espírito de Profecia
dizia ou não sobre essa história.
Antes de irmos para este relato,
vamos voltar a 1 Samuel, capítulo 15, e entender o contexto da história. O rei
Saul havia recebido uma ordem direta de Deus, por meio do profeta Samuel –
acabar com os amalequitas e o seu perverso rei, Agague. Mas o que Saul fez? Não
cumpriu fielmente as ordens de Deus. O SENHOR,
então, enviou Samuel para repreendê-lo e acabar com o rei Agague. Após o
profeta despedaçar o perverso rei Agague, em Gilgal, o relato bíblico diz:
“Então, Samuel se foi a Ramá; e Saul subiu à
sua casa, a Gibeá de
Saul.” “Nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porém
tinha pena de Saul. O Senhor se arrependeu de haver constituído Saul rei sobre
Israel.” (1 Samuel 15:34 e 35, ARA – Grifos meus).
Sobre esta mesma história Ellen G. White,
escreveu:
“[...] Samuel voltou à sua casa em
Ramá, e Saul à sua em Gibeá. Apenas uma vez depois disso encontraram-se o
profeta e o rei.” (Patriarcas e Profetas, pág. 632).
Analisando os dois relatos (Bíblia
e Espírito de Profecia), percebemos facilmente que 1 Samuel 15:35 está RESUMIDO. Jamais teríamos esta certeza sem a
observação dada por Ellen G. White; pois este verso não se encontra em nenhuma
outra parte da Bíblia, para que pudéssemos comparar um texto ao outro, como
vimos nos cinco exemplos anteriores.
Se este texto estivesse escrito
da seguinte forma, não daria margem para nenhuma má-interpretação. Veja:
“Samuel nunca mais viu a Saul,
até o fim de sua vida; com exceção da vez em que se encontraram na casa dos
profetas, em Ramá.” (Compare com 1 Samuel 15:35 e19:23 e 24).
Agora sabemos, com toda a certeza,
de que realmente, Samuel e Saul, após se separarem só se encontraram uma única
vez. Ali foi uma exceção. E nunca mais se encontraram pessoalmente novamente.
Nem memo quando Saul procurou uma feiticeira
para falar com Samuel, após a morte do profeta, eles se encontraram novamente.
Quem veio falar com o rei Saul não foi o espírito de Samuel, porém um demônio
disfarçado do profeta (veja 1 Samuel 28:1-25; Eclesiastes 9:5, 6 e 10; 2
Coríntios 11:14 e 15). Mas isso é coisa para um outro estudo.
CONCLUSÃO
Apesar de não ser simples a
compreensão, à primeira vista, de 1 Samuel 15:35 quando comparado com 1 Samuel
19:23 e 24, vemos que não há contradição quando os textos são estudados juntos
com o Espírito de Profecia. Samuel viu Saul apenas mais uma vez. Essa
ocorrência aconteceu na casa dos profetas, em Ramá. No entanto, o
relacionamento entre ambos estava rompido desde 1 Samuel, capítulo 15. O relato
bíblico de 1 Samuel 15:35 resume essa ruptura, e o capítulo 19 mostra um
encontro inesperado, mas sem relacionamento de laços entre eles.
“Samuel viu Saul novamente?” Sim,
uma única vez. Ao entendermos os relatos aqui descritos, vemos que a Bíblia
Sagrada permanece coerente, fantástica e inspirada. Mas precisamos lê-la com
muita atenção, pedindo a interpretação do Deus Espírito Santo, para termos a
compreensão correta da leitura de suas páginas sagradas.
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